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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Conheça as principais dicas para ser efetivado após trabalho temporário

Ser pró-ativo e pontual são dois itens citados pelos especialistas para ter sucesso no emprego

Henrique Moraes
Keila Cristina Rabelo, da loja Imaginarium, destaca a proatividade como diferencial
Foto:  Divulgação
Rio - Proatividade, espírito de equipe, pontualidade, cumprimento de metas, dedicação. Estas são posturas de profissionais qualificados. Os que apresentam este perfil, geralmente são pessoas antenadas à empresa, preocupadas com a aparência, responsáveis e que superam obstáculos. Especialistas em Recursos Humanos formularam as principais atitudes para quem quer efetivar no emprego. Isto porque após o período probatório, muitas empresas absorvem os trabalhadores temporários.
Dados da Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) estimam que depois do Natal, 19 mil trabalhadores terão a chance de continuar no emprego, de um total de 159 mil vagas temporárias abertas no comércio e na indústria.
“É a oportunidade para quem está começando e quer adquirir experiência profissional. O tempo de trabalho é registrado em carteira, o que garante todos os benefícios assegurados por lei”, diz Vander Morales, da Fenaserhtt.
Ser pró-ativo
A proatividade é o item mais citado pelos especialistas. Para Angelica Nogueira, gerente de RH da Catho, é fundamental se dispor com tarefas que estão além de sua responsabilidade. “Esta disposição demonstra que o trabalhador não está acomodado, mas busca novos desafios”, frisou.
Angélica ressalta que esta é uma característica levada em consideração na hora da efetivação. “Outro ponto sempre observado é a pontualidade”, disse, acrescentando que essa postura demonstra comprometimento.
Especialista em RH e co-autor do livro ‘Estresse Ocupacional’, da editora Elsevier, Henrique Veloso aconselha a buscar feedback. “É importante saber onde se precisa melhorar. Quem faz assim também demonstra interesse, desde que não haja excesso, o que configura insegurança”.
Outro ponto lembrado é a preocupação com a aparência, segundo Veloso. “Cuidar da higiene pessoal e escolher as roupas adequadas acrescentam muito na avaliação”, aconselha o especialista.
Ter bom relacionamento em equipe
Giovani Falcão, gestor de Projetos e Comunicação da Top Quality Consultoria de RH, orienta que é necessário criar um bom relacionamento com a equipe. “Facilite o trabalho em grupo e seja amigo de todos. Isso contribui na rotina do serviço e desenvolvimento pessoal”, observa.
O consultor de RH chama a atenção para não igualar o seu comportamento ao do funcionário já efetivado. “Nem sempre sabemos o grau de satisfação desse empregado ou qual é o rendimento dele para a empresa”, alerta o especialista.
Diretor da Havik Consultoria de Recrutamento, André Sih lembra que a pessoa não deve desanimar caso não seja contratado após o período temporário. “O candidato a uma vaga efetiva precisa controlar a ansiedade e não perder a esperança. É comum ser chamado posteriormente. O jovem deve ter em mente que a postura e resultados do período temporário vão determinar se ele será lembrado no futuro”, esclarece.
Vendedora da loja My Place, Cláudia Alves da Rocha alerta para não descuidar da pontualidade e do visual
Foto:  Divulgação
São quase os mesmos direitos do funcionário contratado
Advogado e professor de Direito e Processo do Trabalho, Gleibe Pretti esclarece que o trabalhador tem quase todos os direitos e benefícios que um funcionário contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com o registro em carteira como temporário. “À exceção do aviso prévio, da multa de 40% do FGTS e do seguro-desemprego”, explica o advogado. Autor do livro ‘O Novo Aviso Prévio’, da editora Elsevier, Pretti conta que os temporários têm contrato de três meses prorrogáveis por igual período.
Vendedora da loja My Place no Shopping Grande Rio, Cláudia Alves da Rocha, 19 anos, trabalhou como temporária no mês de maio, por conta do aquecimento das vendas pelo Dia das Mães. Ela foi efetivada logo em seguida. “Quem tem objetivo de ser efetivo não pode se descuidar da pontualidade e do visual”, dá a dica.
Keila Cristina Rabelo, de 36, da loja Imaginarium, no mesmo shopping, destaca a proatividade como um diferencial. “Desde o início procurei aprender todo o processo da loja”, destaca.
Confira outras dicas
'Vestir a camisa' - De acordo com a gerente da Catho, Angelica Nogueira, o temporário deve ser dedicado e buscar conhecer a empresa. “É fundamental ter interesse e ‘vestir a camisa’ da companhia em que atua. É importante estar sempre atento a acontecimentos, além de tomar atitude e sugerir melhorias”, comenta.
Cumprir metas - “Procure entregar as atividades no prazo. Demonstrar disponibilidade para desenvolver as atividades solicitadas é visto de maneira positiva pelo gestor, pois deixará claro que é um profissional que a empresa pode contar”, relata ainda a gerente de RH da Catho.
Resolver problemas - “Resolva problemas. Resista e mantenha-se motivado mesmo quando houver adversidades. É habilidade muito valorizada pelas empresas e que aumentará as suas chances de efetivação”, aconselha o diretor da Havik Consultoria de Recrutamento, André Sih.
Saber ouvir - “Saiba ouvir e não seja arrogante. De nada ajuda pedir feedback se você não estiver aberto a aceitar conselhos e aprender com os mais experientes e seus gestores”, acrescenta o consultor André Sih.
Tire dúvidas - Giovani Falcão, gestor da Top Quality, orienta que se deve perguntar para não fazer errado. “Em caso de dúvidas, pergunte sempre. Refazer o trabalho é pior e mais exaustivo. Porém, fique atento às informações para que não pergunte algo que já foi dito”, ensina.
Anote as tarefas - “Use um bloco para anotar todas as informações que você não domina, evitando que fique perdido nas tarefas ou tenha mais dificuldades”, afirma Falcão.

Fonte: O Dia

Mais da metade dos alunos de colégios particulares não sabe qual carreira seguir

Maioria diz que pais influenciam decisão. Para psicólogos, dúvida reflete falta de maturidade e de autoconhecimento

iG
São Paulo - No começo de 2013, Maria Vitória do Nascimento Barbosa, de 18 anos, pensou em prestar Medicina e Arquitetura. Chegou a fazer um curso para treinar para a prova de habilidades específicas de Arquitetura, mas acabou desistindo. Quando as inscrições da Universidade de São Paulo (USP) abriram, Maria estava decidida: queria fazer Letras e trabalhar como tradutora. Nos últimos meses, porém, acha que sua vontade é seguir a profissão da mãe e se formar em Direito.
A confusão que Maria Vitória está passando em um período tão próximo de terminar o colégio - ela está no 3º ano do Ensino Médio - é mais comum do que muitos podem pensar.
Especialista defende que jovens primeiro teriam que ter uma experiência profissional antes de escolher a carreira
Foto:  Agência Brasil
De acordo com pesquisa feita pela Teenager Assessoria Profissional com 3.718 estudantes de colégios particulares de São Paulo, mais da metade dos alunos do ensino médio está indecisa ou não tem ideia de qual carreira deseja seguir.
Os dados apontam que, dos entrevistados, 46,99% estavam indecisos e 12,16% não tinham ideia da profissão a ser seguida. Apesar dessa indecisão, 87,71% queriam fazem um curso universitário.
É o caso de Maria Vitória. Mas a adolescente está tranquila quanto a indecisão. Estudante do Colégio Etapa, ela diz que os pais sempre apoiaram que ela fizesse uma viagem e um ano de cursinho para pensar melhor na escolha profissional.
Greiciane Gonçalves, de 17 anos, está na mesma situação: vai reservar 2014 para pensar no futuro. Sua dúvida é entre Moda ou Publicidade.
"Eu gosto muito de moda. Além de já fazer trabalhos como modelo, também gostaria de ser estilista, tenho muita criatividade. Mas fico indecisa com publicidade. Tenho amigos que fazem e converso muito com eles, acho que é uma coisa que eu gostaria também", diz.
Para o consultor em profissões da Teenager, Tadeu Patané, a escolha de Maria Vitória e de Greiciane vai depender do autoconhecimento.
“O aluno tem que pesquisar, conhecer o curso e, mais, saber o que faz o profissional. Os jovens ainda ficam muito confusos com o que o profissional faz, como é o dia-a-da da profissão", diz.
Para perceber que Artes não era apenas um passatempo, Bruna Mayer, 17 anos, teve que passar por esse período de "autoconhecimento". “Sempre desenhei e fiz cursos na área, mas só no ano passado comecei a pensar nisso como uma profissão. Eu gosto muito de Exatas e pensava que faria Matemática ou Engenharia".
A decisão pelas Artes veio quando Bruna passou a pesquisar as possibilidades pela internet, fazer perguntas no colégio onde estuda e para antigos professores de desenho e pediu para conhecer o trabalho de amigos na área. "Hoje sei que é que quero fazer".
A idade do jovem
Para Miguel Perosa, especialista em psicologia do adolescente e professor da PUC-SP, essa indecisão apontada pela pesquisa tem tudo a ver com a maturidade. “Sempre digo que faculdade deveria ser obrigatória depois dos 21 anos”, diz rindo.
Para ele, os jovens deveriam ter uma experiência profissional antes de ter que escolher uma carreira. “Ainda mais que estamos em uma época em que a identidade pessoal está cada vez mais difícil de exercer, em que as pessoas estão muito mais voltadas para a aceitação do grupo", pondera.
Se o grupo social em que os estudantes vivem pode ser um fator de influência, a pressão dentro de casa e o medo de decepcionar os pais também aparece na pesquisa.Os dados da Teenager apontam que do total de entrevistados, mais de 50% afirmaram que os pais têm total ou muita influência na hora da escolha profissional. Menos de 10% disseram que os pais não interferem em nada.
Experimentação
Para trabalhar o lado profissional desde o início do Ensino Médio, o Colégio Santa Maria faz um projeto com os alunos para que eles comecem a pensar desde cedo na carreira. No 1º ano, ajudam o aluno a se conhecer e a perceber as áreas que tem mais afinidade; no 2º, eles passam a conhecer as profissões e carreiras; no 3º, devem se preocupar com a escolha da universidade.
“Já no segundo ano, a gente percebe alguns grupos entre os alunos. Alguns – mais maduros – começam a ter noção do que querem e há aqueles que ainda não se preocupam com esse universo e com vestibular. Mas, mesmo entre os que se preocupam, há quem tenha gostos totalmente diferentes, como música, engenharia ou direito”, explica Maria Soledad Más Gandini, orientadora da 2ª série do Ensino Médio do Santa Maria.
Para ajudar a sanar esta confusão, a escola promove o Projeto Semana na Empresa, que leva os estudantes a passar alguns dias vivenciando uma profissão. "O retorno que tenho tido é interessante. Às vezes o aluno tinha certeza do que queria e acaba voltando dizendo que não quer mais", afirma Maria.
A orientadora ressalta que é importante que as escolas participem ativamente nesse aspecto da vida dos alunos. "Não dá pra separar a escola da decisão profissional do aluno. Por sinal, é uma pena que a gente só consiga mexer nesse assunto quando o estudante entra no Ensino Médio, porque cada vez se torna mais necessário fazer esse acompanhamento mais cedo. Esse projeto existe há 15 anos e no começo os alunos já tinham mais definição do que queriam. Hoje eles têm mais dúvidas, até porque o número de profissões aumentou".
As informações são de Julia Carolina
 
Fonte: O Dia, IG

Brasil avança, mas segue nas piores posições em ranking de educação

Estudo é aplicado a cada três anos a jovens de 15 anos. Em 2012, 65 países foram avaliados. País está no 58º lugar

Agência Brasil
São Paulo - Apesar de ter conseguido uma evolução significativa nos itens avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil ainda está nas posições mais baixas do ranking. Entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar. No entanto, desde 2003, o Brasil conseguiu os maiores ganhos na performance em matemática, saindo dos 356 pontos naquele ano e chegando aos 391 pontos em 2012, segundo os dados divulgados nesta terça-feira.
A avaliação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é aplicada a jovens de 15 anos a cada três anos. A pesquisa mede o desempenho dos estudantes em três áreas do conhecimento – leitura, matemática e ciências. Em 2009, o Brasil ficou na 54ª posição no ranking.
Entre os pontos destacados em relação ao Brasil também está o aumento percentual de estudantes matriculados. De acordo com o estudo, em 2003, 65% dos jovens com 15 anos frequentavam a escola. Em 2012, o país conseguiu matricular 78% dos adolescentes nessa faixa etária.
"Não só a maioria dos estudantes brasileiros melhorou o desempenho, mas também o Brasil aumentou a taxa de matrículas nas escolas primárias e secundárias", informa o relatório. Segundo o texto, as taxas de escolaridade para jovens de 15 anos aumentaram de 65% em 2003 para 78% em 2012. "Muitos dos alunos que agora estão incluídos no sistema escolar vêm de comunidades rurais ou famílias socioeconomicamente desfavorecidas, de modo que a população de alunos que participaram na avaliação do Pisa 2012 é muito diferente da de 2003", destaca o documento.
Mesmo com a evolução dos alunos em relação à matemática, o Brasil ainda está abaixo da média da OCDE, ficando no patamar de países como a Albania, Jordânia, Argentina e Tunísia. Comparando com a América Latina, a performance brasileira está abaixo do Chile, México, Uruguai e da Costa Rica. Porém, o país se saiu melhor do que a Colômbia e o Peru. A pesquisa ressalta que metade dos ganhos obtidos pelo Brasil em matemática se deve ao desenvolvimento econômico, social e cultural dos estudantes.
Apesar dos avanços, o Pisa mostra que há desafios em relação ao aprendizado de matemática. Na área, são seis os níveis de proficiência, sendo que o sexto nível é atingido apenas por 4,2% dos estudantes dos países que participaram do exame. A média brasileira atinge apenas o nível 1. Em um gráfico mais detalhado é possível observar que pouco mais de 60% dos estudantes brasileiros que participaram do exame estão no nível 1 ou abaixo dele. Pouco mais de 20% atingiram o nível 2. A porcentagem de estudantes que atingiu os níveis de 3 a 6 não chega a 20%.
Em leitura, o Brasil subiu de 396 pontos em 2000 para 410 pontos em 2012, colocando o país no mesmo patamar da Colômbia, da Tunísia e do Uruguai, abaixo da média da OCDE. Na América Latina, os estudantes brasileiros tiveram performance inferior aos colegas chilenos, costa-riquenhos e mexicanos. Mas, se saíram melhor do que os argentinos e peruanos. O estudo atribui a evolução do Brasil nesse item somente aos avanços econômicos e sociais no período.
A pesquisa mostra que 49,2% dos estudantes brasileiros conseguem, no máximo entender, a ideia geral de um texto que trate de um tema familiar ou fazer uma conexão simples entre as informações lidas e o conhecimento cotidiano. Apenas um em cada duzentos alunos atinge o nível máximo de leitura. Ou seja, cerca 0,5% dos jovens são capazes de compreender um texto desconhecido tanto na forma quanto no conteúdo e fazer uma análise elaborada a respeito.
Em ciências, o desempenho brasileiro também ficou abaixo da média, no nível da Argentina, Colômbia, Jordânia e Tunísia. O Brasil ficou, nesse item, atrás do Chile, da Costa Rica, do Uruguai e do México, mas à frente do Peru. Desde 2006, a performance brasileira saiu dos 390 pontos e chegou aos 405 em 2012. O estudo mostra que cerca da metade dessa evolução deve ser atribuída a mudanças demográficas e socioeconômicas da população.

Fonte: O Dia

sábado, 6 de julho de 2013

Pesquisa ajuda jovens que saem do ensino médio a escolherem a carreira

Ipea mapeou salários e nível de ocupação e elaborou um sistema que permite projetar o crescimento em cada profissão

Mariana Niederauer

Publicação: 04/07/2013 14:23 Atualização: 04/07/2013 14:56
Quem sai do ensino médio encara a tarefa de ter que escolher uma profissão. Para ajudar nesse processo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo com as perspectivas profissionais nos níveis técnico e superior. A partir dos dados, o jovem pode saber quais são as vantagens de cada área e que retorno pode esperar ao longo dos anos.

O curso de medicina foi considerado o mais vantajoso entre as carreiras universitárias, por oferecer o melhor salário — R$ 8.459,45 mensais em média — e ter a maior taxa de ocupação entre as 48 carreiras pesquisadas, de 97%. O segundo lugar do ranking ficou com a carreira de odontologia, seguida pela de serviços de transportes — que inclui profissionais da aviação e de ciênciar aeronáutica, por exemplo —, e

O levantamento levou em consideração os microdados do Censo de 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para elaborar o ranking, o Ipea levou em consideração quatro fatores. A média salarial mensal alta, além de maiores taxas de ocupação e de cobertura previdenciária foram considerados fatores positivos, ao passo que as carreiras que apresentaram maiores jornadas semanais perderam posições.

A partir desse cruzamento de dados, o instituto elaborou o sistema Você na universidade — Carreiras e mercado de trabalho, em que o estudante pode simular o salário médio e a taxa de ocupação para cada fase da carreira escolhida. Os filtros disponíveis para pesquisa são: sexo, idade, curso de graduação, região (urbana ou rural) e unidade da federação.

Confira como é a evolução salarial e da taxa de ocupação na carreira que você escolheu

Na apresentação da pesquisa, o presidente do Ipea, Marcelo Neri, destacou que os modelos apresentados permitem ao jovem vestibulando que vai optar por uma carreira no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) “vislumbrar, entre suas vocações profissionais, o desempenho médio de pessoas com características similares às suas no mercado de trabalho.”


Medicina é o curso mais vantajoso, mas exige muito esforço e tem uma das maiores jornadas. O doutor Takashi só entrou para o mercado após seis anos de formado: preparação rigorosa (Divulgação)
Medicina é o curso mais vantajoso, mas exige muito esforço e tem uma das maiores jornadas. O doutor Takashi só entrou para o mercado após seis anos de formado: preparação rigorosa
Carreira promissora
Não é à toa que a medicina entrou no ranking como a carreira mais vantajosa. Tornar-se médico exige muita dedicação e atualização constante. O oftalmologista Takashi Hida, 35 anos, formou-se no curso de medicina há 10 anos, mas foi apenas quatro anos atrás que ele entrou efetivamente para o mercado de trabalho. Após três anos de residência, com uma bolsa de R$ 1,2 mil, ele ainda precisou fazer uma prova de títulos, na qual 70% a 80% dos médicos reprovam. Takashi explica que quem não faz uma residência adequada — que também é muito concorrida no país, com poucas vagas em todas as áreas de atuação — não consegue passar.

E o caminho não para por aí. A cada cinco anos é preciso revalidar a titulação, participando continuamente de congressos e outros eventos na área de atuação escolhida. “É preciso estar sempre estudando, ler livros praticamente toda semana. A tecnologia melhora e nós temos que acompanhar”, relata Takashi, que tem doutorado e é chefe do Departamento de Catarata do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB)

Acesso o estudo completo do Ipea

Escolha consciente
Para o especialista em coaching e gestão de pessoas Moisés Sznifer a lista de carreiras mais vantajosas hoje tem relação com o cenário econômico do país. Economias emergentes, como as do Brasil, China e Índia, têm como característica a aumento da renda, que culmina na demanda por serviços pessoais, aqueles prestados diretamente a pessoas ou empresas por profissionais autônomos. Entre nessa área profissionais como enfermeiros, terapeutas e dentistas.

Ele lembra que as carreiras universitárias mais vantajosas são valorizadas pelo por apresentarem o maior nível de inovação. “Nesses campos de conhecimento é onde a inovação está avançando mais rapidamente. Você tem mais gente trabalhando não só para produzir, mas para inventar”, afirma Sznifer, que é professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP).

Escolher a carreira mais vantojosa de acordo o próprio perfil, no entanto, não é o suficiente. Dentro de cada uma das carreiras existem possibilidades diversas o jovem precisa saber em qual delas se sairá melhor. Para isso, Moisés Sznifer sugere que ele o profissional conheça qual a sua forma de pensamento, se é convergente ou divergente.

Pessoas com pensamento divergente são mais inovadoras e criativas e sabem encontrar solução para os problemas. É um tipo de pensamento indutivo, capaz de desenvolver ideias únicas e originais. Alguns termos que definem esse profissional são intuitivo, visual, diferente, ambíguo, espontâneo, criativo, emocional e empresarial.

Do outro lado, estão as pessoas que têm pensamento convergente. Elas não são menos importantes dentro de suas respectivas carreiras, uma vez que completam o pensamento divergente por trazerem fatos e dados de várias fontes pata aplicar a eles a logica, conhecimento e razão com o objetivo de diagnosticar uma situação ou tomar uma decisão informada. Termos que descrevem esse tipo de pensamento são lógico, racional, metódico, analítico sistemático, estruturado, ordenado e concreto.

Confira as 10 carreiras universitárias mais vantajosas



Empregos e salários
A pesquisa do Ipea também mapeou os ganhos salariais e a taxa de geração de empregos em ocupações de nível técnico e de nível superior no período de 2009 a 2012. Entre as de nível técnico, a área da ciência da saúde humana – técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos em próteses ou em imobilizações ortopédicas, técnicos em odontologia, técnicos em óptica e em optometria e tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas – foi a que mais expandiu as oportunidades de emprego.

Os técnicos em operação de câmara fotográfica, de cinema e de televisão tiveram aumento real de 51,1% nos salários, o maior entre as ocupações de nível técnico, seguidos pelos técnicos de inspeção, fiscalização e coordenação administrativa (41,6%) e os técnicos em laboratório (29,3%).

Nas formações de nível superior, a profissão de analista de tecnologia da informação foi a que registrou a maior expansão, responsável por 16,3% dos postos de trabalho. A segunda ocupação de nível superior que mais teve postos de trabalho criados foi a de enfermeiros e afins. De acordo com o Ipea, 9 a cada 100 contratações foi desse tipo de profissional.

Entre as ocupações com maiores ganhos salariais predominam aquelas típicas do setor público, além de médicos, algumas especializações de engenharia e arquitetura, pesquisadores em engenharia e em ciências da agricultura e algumas especializações de professores do ensino superior.

Especialista defende medidas de médio e longo prazo para melhorar a educação

Professor da UFF quer maior participação do Governo Federal no Fundeb

Agência Brasil
Rio - O especialista em financiamento para a educação, Nicholas Davies, avalia que medidas de curto prazo não vão atender às reivindicações feitas nas manifestações que ocorrem em todo o país para melhorar o nível da educação e da saúde. Professor de política de educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Davies defende medidas de longo prazo para esses setores. "É um equívoco imaginar que uma medida de impacto vá surtir efeito no curto prazo. Eu não me entusiasmo muito com medidas de curto prazo", disse.
Segundo Nicholas Davies, professor de política de educação da UFF, medidas de curto prazo não resolverão os problemas na educação, uma das pautas dos protestos no país
Foto:  Marcos Cruz / Agência O Dia
O especialista destacou que, embora seja favorável a melhorias salariais, o aumento imediato dos salários dos profissionais de educação é um exemplo de medida de curto prazo que não resolveria os problemas mais urgentes. Isso porque precisa ser adotada com melhorias das condições de trabalho, o que não ocorre de uma hora para outra. "Os efeitos só vêm, no mínimo, a médio prazo", informou.
O professor disse que no setor de transportes é possível verificar medidas com medidas de impacto mais rápido, mas isso não ocorre com a educação. "No caso dos transportes, uma medida de curto prazo foi a redução das tarifas. Mas na educação acho complicado. Por exemplo, a construção de escolas e creches é uma medida lenta."
Nicholas Davies ressaltou que influencia o setor no Brasil o fato de a educação estar ligada aos três níveis de governo – federal, estadual e municipal. “A responsabilidade não é só de um governo. Sobretudo na educação básica, que cabe aos governos estaduais e municipais", acrescentou.
Para o especialista, uma medida de curto prazo possível de ser adotada é o aumento da participação do governo federal no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais em Educação (Fundeb), implantado em 2007 com vigência até 2020.
Ele alertou, no entanto, que é preciso ter um maior controle sobre a aplicação dos recursos do fundo. “Não adianta o governo federal aumentar a sua contribuição para o Fundeb se depois não há um controle de como é que as prefeituras estão usando o dinheiro do fundo. Infelizmente o que está acontecendo no Brasil é que muitas prefeituras estão ganhando muito dinheiro com o Fundeb, mas as matrículas estão diminuindo."
Segundo o Ministério da Educação, em 2007, o governo federal investiu R$ 2 bilhões no Fundeb. Em 2008, os recursos aumentaram para R$ 3,2 bilhões. Em 2009 atingiram R$ 5,1 bilhões e, a partir de 2010, passaram a ser no valor correspondente a 10% da contribuição total dos estados e municípios de todo o país.
O professor defendeu ainda que não adianta ter universidade boa se a educação básica não estiver no mesmo nível. Ele destacou a diferença salarial entre os professores. "Eu ganho oito vezes mais do que uma alfabetizadora. É uma anomalia típica do Brasil. Na França, na Inglaterra e na Finlândia, o professor universitário não ganha oito vezes mais do que a alfabetizadora. Não adianta isso. Tem que pensar no todo. A educação começa na alfabetização e vai até a pós-graduação", disse.
Para a diretora do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Professor Lauro de Oliveira Lima, em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, Heloísa Moreira, as escolas devem desenvolver cada vez mais a relação com a comunidade a que atende. Ela contou que o Ciep desenvolve atividades como o Projeto Capoeira na Escola "A cada ano, nós trabalhamos uma vertente. Dentro do projeto político-pedagógico da escola que é Dos Filhos Deste Solo És Mãe Gentil. Ele abrange toda a diversidade cultural tão rica no Brasil", explicou.
Por causa do projeto, os alunos acabam ficando um período maior na escola, embora não tenham o sistema de ensino integral. "Eles passam praticamente quase todos os dias da semana, principalmente, nos sábados. Eles vão para lá para fazer a capoeira e ainda pesquisam sobre os aspectos que envolvem a história da capoeira. Isso enriquece e eles gostam de ficar lá", disse. A professora, que tem 40 anos de magistério, destacou ainda que o projeto permite a integração de professores de várias disciplinas.
Por causa do bom desempenho dos alunos e dos professores, o Ciep Professor Lauro de Oliveira Lima tem sido destaque no Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE-Rio), adotado pela Secretaria Municipal de Educação para avaliar as escolas. Em 2012, a unidade foi a terceira mais bem classificada no ranking das escolas nos anos finais (6º ao 9º anos) e a primeira colocada entre as chamadas escolas do amanhã nos anos finais, que são unidades localizadas nas áreas mais vulneráveis da cidade, que têm como objetivo reduzir a evasão escolar e melhorar a aprendizagem do ensino fundamental.
A diretora diz que, nos 21 anos em que está à frente do Ciep, registrou no máximo seis casos pontuais de violência. Para a coordenadora-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais em Educação do Rio de Janeiro, (Sepe), Marta Moraes, atualmente o professor exerce o papel de mediador entre a comunidade e o aluno. "A violência se dá muito pela falta de funcionários. Como vai ter uma escola funcionando, com turmas superlotadas, sem inspetores e sem porteiros suficientes? O professor fica exposto sozinho e muitas vezes sofrendo violência por parte dos alunos e ele não tem nenhum acompanhamento por parte do estado", contou.
A Secretaria de Educação informou que não há levantamento específico sobre casos de agressão na rede estadual, mas incentiva as unidades a se reunirem com os pais para tratar desses e de outros temas que possibilitem a segurança da comunidade escolar.

Fonte: O Dia Online

Escolas precárias causam preocupação no Rio

Projeto de Lei prevê prevenção

Bruno Dutra
Rio - A recente tragédia ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que matou 239 pessoas e hospitalizou outras dezenas, parece ter chamado a atenção de algumas casas legislativas do país. Na Câmara de Vereadores do Rio, tramita um projeto de lei que pretende tornar obrigatória a criação de planos de evacuação para casos de incêndio e outras emergências nas escolas públicas municipais e na rede privada de ensino. O texto viabiliza, ainda, o treinamento e aplicação de palestras para professores e alunos para preparação de como proceder em situações de risco.

Sindicato dos professores reclama de péssimas condições das escolas
Foto:  Divulgação
O PL 73/2013 é de autoria do vereador Tio Carlos (DEM-RJ), que explica a necessidade de aprovação. “Existe muita fragilidade nas construções onde funcionam nossas escolas. Visto isso, é importante treinar professores e alunos para que eles saibam se comportar em casos de incêndio, por exemplo. Atitudes como essa podem salvar vidas”, diz.
Caso seja aprovado, o projeto obrigará a Secretaria Municipal de Educação do Rio a tomar todas as providências para que o programa seja implementado nas escolas. O PL prevê ainda, que todo o plano de evacuação para casos de emergência seja supervisionado por um engenheiro registrado no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). Para David Gueritz, especialista em segurança, o projeto de lei chega em boa hora. “Sem treinamento adequado, professores e alunos ficam vulneráveis e podem sofrer graves acidentes. Esse projeto precisa ser aprovado com rapidez”, completa.

Conhecedora dos reais problemas existentes na rede pública de ensino do Rio, a coordenadora do Sindicato dos Profissionais em Educação (Sepe) Geza Linhares, destaca que as escolas estão em situação precária. Ela ressalta: “Muitos prédios não têm extintores, hidrantes e saídas de emergência. Existem ainda os problemas na estrutura e a rede elétrica que passa anos sem vistorias técnicas”.

Questionada pela coluna, a Secretaria Municipal de Educação afirma que faz treinamento com diretores e professores das Escolas do Amanhã contra situações de risco, promovidos pela Defesa Civil e a Cruz Vermelha. Além disso, destaca que todas as unidades escolares passam por vistorias regulares, inclusive da rede elétrica. Em nota, destacou que nos períodos de férias, pequenos reparos são feitos nas instalações.
Estado nega problemas

Pela rede estadual de ensino, a Seeduc afirma que as escolas são equipadas com extintores e, dependendo do tamanho, com hidrantes. Em nota, a secretaria destacou que a manutenção deve ser feita pela própria escola, com a verba disponibilizada pelo estado.

Fonte: O Dia Online

Garoto de 16 anos cursa ensino médio e mestrado em matemática


06/07/2013 10h49 - Atualizado em 06/07/2013 12h54

Daniel Rocha pode pegar diploma só depois de concluir graduação.
Filho de professor, jovem mora no Rio de Janeiro e estuda no Impa.

Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo

Daniel Santana Rocha tem 16 anos e cursa mestrado em matemática pura no Impa (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)Daniel Santana Rocha tem 16 anos e cursa mestrado em matemática pura no Impa (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
Quando tinha 11 anos, Daniel Santana Rocha foi acompanhar o pai em um curso de matemática para professores e surpreendeu a sala de aula ao resolver um exercício que parecia indecifrável por todos. Foi para lousa e mostrou a resolução para orgulho do pai, que também não tinha conseguido chegar na resposta do problema. Hoje aos 16, a presença de Daniel no curso de mestrado em matemática pura no Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada (Impa), instituição que reúne a excelência em matemática do país no Rio de Janeiro, não causa mais espanto.

De manhã, Daniel vai para o mestrado. À noite segue para a escola estadual Engenheiro Bernardo Sayão, em Jacarepaguá, onde cursa o segundo ano do ensino médio. Como ainda não é graduado, não vai conseguir pegar o diploma da pós quando o curso terminar no fim deste ano. Situação que pretende resolver assim que concluir a educação básica, quando pretende conciliar a graduação e o doutorado. Também já tem planos para o pós-doutorado: “penso em fazer na França. Quero trabalhar como pesquisador.”
O gosto pela matemática Daniel pegou do pai, o professor Fernando Batista da Rocha, de 51 anos. Inclusive é ele quem dá aulas para Daniel no ensino médio. Fernando garante que o garoto não tem uma rotina sobrecarregada. “Estudar não é carregar peso, o mestrado é prazer para ele. Ele ama estudar, nunca gostou de futebol, por exemplo. O meio dele é o acadêmico, e vida se tornou mais prazerosa e mais feliz depois do Impa. Ele tem facilidade em pesquisa, por isso o estudo é natural.”
Meu pai sempre me ensinou mais matemática do que o colégio. Aos 12, já sabia toda a matéria do ensino médio, mas não sou gênio, todo mundo pode aprender"
Daniel Santana Rocha, de 16 anos,
aluno de mestrado do Impa
Celeiro de talentos matemáticos
Depois do episódio em que resolveu o exercício durante o curso no Impa, Daniel foi convidado a frequentar algumas aulas como se fossem cursos livres e participar de olimpíadas de matemática. Estudou análise de retas, álgebra e equações informalmente, e em março deste ano se tornou aluno oficial do mestrado. Como já havia cursado algumas disciplinas, conseguiu reduzir a grade e termina o curso ainda neste ano, aos 16 anos.
Segundo o pai de Daniel, os docentes do Impa não veem mais o filho como criança. “Eles já esqueceram isso, já se habituaram.” Daniel não foi o único aluno a entrar no Impa sem ao menos ter completado do ensino médio. Quem puxou a fila foi o professor Carlos Gustavo Tamm de Araujo Moreira, o Gugu, que fez doutorado e leciona na instituição, mas ingressou em março de 1988 quando tinha 15 anos. Aos 17 já tinha concluído a graduação e o mestrado.
Fundado em 1952, o Impa reúne 260 alunos de mestrado, doutorado e iniciação científica. Quatro pesquisadores do instituto foram convidados para palestrar no próximo Congresso Internacional de Matemática, na Coreia do Sul em 2014, o mais importante da área. Também pode ser de lá o primeiro brasileiro a receber a Medalha Fields, espécie de Nobel da matemática restrito a talentos com menos de 40 anos. Dois pesquisadores do Impa figuram como possíveis candidatos, Fernando Codá Marques e Artur Ávila, de 33 anos.
“Demoraram para me aceitar porque tinham medo de o mestrado atrapalhar minhas aulas [no ensino médio], mas eu não preciso estudar exatas e não custa muito tempo estudar no ensino regular, não é difícil”, diz Daniel, em entrevista ao G1, durante treinamento que ele participou em São Paulo. O adolescente conta que convive bem com os amigos mais velhos e não tem dificuldade de acompanhar as matérias.
Daniel Santana Rocha tem 16 anos e cursa mestrado em matemática pura no Impa (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)Daniel Santana Rocha fez treinamento em SP
(Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
'Matemática divertida'
Daniel também disputa olimpíadas desde o ensino fundamental. Por muito pouco não passou na seletiva para compor a equipe que vai disputar a internacional na Colômbia. No histórico acumula pelo menos 20 medalhas em competições nacional e internacionais.
Para dar conta de tudo, estuda até dez horas por dia, tem as melhores notas em matemática, física e química na escola, mas mantém o bom desempenho em ciências humanas. No Impa, nunca tirou menos do que ‘B’, porém a cobrança é sempre pelo ‘A’, segundo ele. Diz que considera a matemática “muito divertida”, que “quanto mais difícil mais legal”, e por isso não se cansa. Estuda aos fins de semana, mas às vezes para se distrair gosta de caminhar e ir até o shopping.
“Meu pai sempre me ensinou mais matemática do que o colégio. Aos 12, já sabia toda a matéria do ensino médio, mas não sou gênio, todo mundo pode aprender. Acontece que o jeito que ensinam no ensino médio você não aprende o que é de verdade”, afirma.
Fernando conta que o filho estuda mais do que ele, que ainda não conseguiu fazer um mestrado. “Quando tenho dúvidas em matemática, ligo para ele. Outros professores também fazem isso. Ele é bom para ensinar. Eu também dou aulas particulares, nunca levo o Daniel junto porque se eu faço isso, perco o aluno.”

Fonte: G1

Royalties do pré-sal renderão R$ 2 bi à educação em 2014, prevê governo


06/07/2013 07h00 - Atualizado em 06/07/2013 07h55

Outros R$ 2 bi serão aplicados em fundo social; proposta vai para Câmara.
Dinheiro é da União; Senado não obrigou estados e municípios a investir.

Felipe Néri Do G1, em Brasília

A regra aprovada na última terça-feira (2) pelo Senado para distribuir recursos dos royalties e participação especial da produção de petróleo garantirá à educação ao menos R$ 2 bilhões por ano a partir de 2014, contando apenas os recursos que cabem à União na arrecadação. A estimativa foi feita pela liderança do governo no Senado, cujo relatório foi aprovado na última terça (2) e agora segue para votação na Câmara dos Deputados, antes de ir à sanção para virar lei.
O texto substitutivo do projeto de lei, de autoria do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, estabelece que metade dos recursos arrecadados pela União sobre contratos de produção de petróleo anteriores a 2013, que já rendem royalties da camada pré-sal pelo regime de concessão, deve ser destinada exclusivamente para a educação.
Além dos R$ 2 bilhões que devem ser diretamente direcionados à área, o governo calcula que outros R$ 2 bi deverão ser aplicados no Fundo Social, um tipo de poupança formada por recursos que a União recebe na produção do petróleo da camada pré-sal. Pelo texto do Senado, o capital principal desse fundo será preservado e somente seus rendimentos financeiros serão usados, sendo 75% deles para a educação e 25% para a saúde.
“O que temos de concreto são R$ 4 bilhões, [R$ 2 bilhões] que vão direto para educação e outros R$ 2 bilhões para o fundo. E rendimentos a partir desse fundo vão tanto para a saúde quanto para a educação”, diz Braga.
As estimativas são baseadas na arrecadação dos três campos de exploração do pré-sal em funcionamento atualmente – complexo Parque das Baleias (ES), Sapinhoá (SP) e Lula (SP).

No ano passado, o governo federal desembolsou, no total, R$ 94 bilhões na educação e, neste ano, a previsão é que os gastos e investimentos na área somem R$ 98,8 bilhões, segundo o Ministério da Educação. Em 2011, todo o investimento do país na área equivalia a 6,1% do Produto Interno Bruto; o governo almeja alcançar investimento de 10% do PIB.
Segundo o secretário de Gás e Petróleo do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, como ainda não existe exploração e produção de petróleo com contratos futuros, não é possível precisar o montante que será arrecadado.
“Do futuro, estamos destinando 100% dos royalties da União para esse conjunto, que é 75% para educação e 25% para saúde”, declara Almeida.

Aplicação por estados e municípios
Outra regra aprovada pelo Senado prevê que, para os contratos futuros, a proposta aprovada no Senado, que possui o aval do governo, destina a totalidade dos recursos do governo federal para saúde e educação, sem obrigar que estados e municípios cumpram a mesma determinação.
Nos contratos já em vigor, que destinam royalties principalmente para estados produtores como Rio de Janeiro e Espírito, o relator também obrigou somente a União a realizar destinações fixas para a educação e a saúde, evitando, assim, risco de judicialização do tema.
Apesar de não obrigar estados a aplicarem em saúde e em educação, a proposta de Eduardo Braga prevê que a União dê prioridade às unidades federativas e municípios que sigam a determinação válida para o governo federal.
“Nós no Congresso não podemos invadir a competência de orçamento do recurso ordinário do orçamento dos estados. Então, estabelecemos que os estados que aderirem à aplicação específica, de acordo com o que a União está propondo, receberão prioritariamente os recursos da União”, diz Braga.

Fonte: G1
 

Brasil tem 4,2 mil escolas que nunca conseguiram atingir sua meta do Ideb

08/06/2013 14h25 - Atualizado em 10/06/2013 15h51

Índice avalia a qualidade do ensino no ensino fundamental e ensino médio.
Inep diz que dialoga com as redes para auxiliar escolas com problemas.

Ana Carolina Moreno Do G1, em São Paulo

 O Brasil tem 4.283 escolas públicas que desde 2007, primeiro ano em que foi possível avaliar a evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), jamais conseguiram atingir suas metas individuais calculadas pelo governo federal.

Os cálculos do levantamento incluem apenas as escolas de ensino fundamental que tiveram o Ideb calculado nestes três anos. Segundo levantamento feito pelo G1 a partir dos dados do último Ideb divulgados pelo Ministério da Educação, 1.828 escolas não conseguiram atingir a meta dos primeiros anos do ensino fundamental, 2.232 escolas ficaram abaixo da projeção nas turmas dos anos finais do fundamental e 223 escolas tiveram índices abaixo do esperado em 2007, 2009 e 2011 tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais do ensino fundamental.
O Ideb foi criado pelo governo federal para medir a qualidade das escolas e redes de ensino. Ele é calculado a cada dois anos desde 2005 com base no resultado da Prova Brasil e nas taxas de aprovação. Há indicadores calculados para cada escola, rede de ensino, município, estado e o país.
Todas as instituições públicas têm uma meta própria para alcançar a cada dois anos nos últimos anos do ensino fundamental I e fundamental II. A nota vai de zero a 10. A expectativa do governo federal é que, em 2021, os anos iniciais do fundamental brasileiro alcancem o Ideb 6,0. Para os anos finais, a meta é 5,5 pontos.

As 4.238 escolas representam 13,8% do total de 31.042 instituições que se encaixam nesta categoria. De acordo com o MEC, entre todas as instituições, 7.126 têm turmas tanto do ensino fundamental I quanto do ensino fundamental II, 15.392 só oferecem aulas dos anos iniciais do fundamental, e 8.524 instituições são apenas para turmas a partir dos anos finais do fundamental.
Mesmo sendo minoria, boa parte dos colégios abaixo da meta ainda não dá sinais de que possa alcançar a meta, que sobe a cada Ideb: 1.221 delas viram o Ideb 2011 cair em relação ao de 2009, o que indica um afastamento ainda maior da projeção feita pelo governo. Nesse grupo, 28 escolas estão nesta situação em ambos os ciclos do fundamental.
Atualmente, 2.475 colégios estão mais de 0,5 ponto abaixo do que o esperado para 2011.
Das 31.042 escolas com Ideb em todos os anos, 4.238 delas (ou 13,8%) nunca conseguiram atingir sua meta individual
 
Dessas, 1.221 ficaram ainda mais longe da meta no último Ideb, e 2.475 estão a mais de 0,5 ponto de atingir a projeção
Apoio específico
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa, afirma que o percentual de escolas e municípios que atingem a meta é "muito maior" do que o grupo de escolas aquém do esperado. Em entrevista ao G1, ele explicou que as escolas que enfrentam problemas para se manter dentro das expectativas recebem auxílio do governo, mas seguindo as autonomias de cada rede.
Uma das ações citadas por ele é o Mais Educação, programa para escolas com aulas em tempo integral. "Quando temos problema no Ideb, uma das coisas que temos procurado priorizar é a questão da escola em tempo integral", disse.
O governo espera que, até o fim do ano, 45 mil escolas ofereçam aos alunos, além do turmo normal de aulas, atividades no turno oposto. Para participar do Mais Educação, as escolas precisam se inscrever e passar por uma seleção. O prazo para a adesão das instituições pré-selecionadas em 2013 acabou em 31 de maio.
Além do ensino em tempo integral, o MEC ainda mantém diálogo com as redes e esferas estaduais e municipais de governo, munindo os gestores de dados para o planejamento pedagógico das escolas. O governo federal criou ainda o Programa de Ação Articulada (PAR) para oferecer apoio e recursos a escolas e redes interessadas em apoio mais ostensivo à gestão educacional.
Distorções e revisão da meta
Entre as instituições que integram o grupo de escolas do fundamental que nunca conseguiram atingir sua meta, porém, não existem só instituições com têm resultados considerados ruins. Há exemplos de escolas com indicador acima de 6,0 e que já bateram a meta do Brasil para 2021, por exemplo. Mesmo com Ideb maior a cada ano e uma educação considerada muito acima da média do país, essas instituições ainda não conseguem alcançar a projeção calculada pelo governo.
Como o Ideb usou a base dos resultados educacionais de 2005, em alguns casos, aquele ano específico pode não refletir a realidade da escola. Por isso, a instituição acaba tendo que perseguir uma meta incompatível com suas condições reais.
O movimento Todos pela Educação, que reúne empresários e especialistas, também usou os mesmos dados para criar, em 2006, cinco metas para a educação brasileira. A terceira também estabelece projeções de resultados acadêmicos para escolas e redes de ensino. Segundo a diretora-executiva da entidade, Priscila Fonseca da Cruz, a meta é composta por três elementos: o que se quer medir, que resultado se espera ter e qual o prazo desejado para obter este resultado.
Foi imaginado o esforço necessário para aquela escola avançar. A melhoria em educação não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona"
Luiz Cláudio Costa,
presidente do Inep
O primeiro elemento, para ela, é o que mais tem sido objeto de estudos, mas a expectativa de que o ensino fundamental I no Brasil tenha Ideb 6,0 até 2021 ainda é pouco debatida.
Tanto no caso da entidade quando no das metas governamentais, ela defende que a elaboração de projeções com base em uma série histórica seria mais precisa do que a partir de apenas um resultado. "Se você olhar os resultados de um ano para o outro, eles podem oscilar. Mas quando você pega uma série maior, você tem mais consistência para ver se a escola está em uma curva ascendente, descendente, se é uma curva ascendente ou acentuada, ou se é o que chamamos de 'flat', quase uma reta. Com o histórico em mãos, seria muito mais preciso a gente traçar metas intermediárias até 2021", afirmou ela.
Ao G1, o presidente do Inep disse que a projeção do Ideb foi feita a partir de estudos técnicos e científicos baseados em avaliações internacionais, levando em conta também as especificidades de cada escola. É por isso que duas escolas com Ideb idêntico em 2005 hoje têm metas diferentes, diz ele. "Foi imaginado o esforço necessário para aquela escola avançar. A melhoria em educação não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona." Ainda segundo ele, não há debate no governo sobre a possibilidade de as metas serem revistas antes de 2021.
Reduzir o currículo para aumentar o Ideb
No segundo semestre de 2013, o governo aplicará a nova edição da Prova Brasil, um dos elementos que compõe o cálculo do Ideb. Segundo Angela Dannemann, diretora-executiva da Fundação Victor Civita, a grande divulgação do índice e a política de metas e expectativas para 2021 aumentou a pressão que a sociedade faz sobre bons resultados das escolas e sobre os gestores que cuidam da educação pública.
Se por um lado isso é positivo porque o Ideb é "o primeiro indicador de qualidade" da educação brasileira, por outro Angela alerta que há riscos de que as escolas desenhem seus currículos apenas para obterem bons números no indicador do governo federal.
Em Goiás, por exemplo, o Ministério Público e a secretaria estadual de Educação investigam denúncia de um conselho tutelar sobre sete escolas suspeitas de expulsar alunos com mau comportamento e rendimento para melhorar seu Ideb e receber mais verba do governo estadual (veja reportagem ao lado).
O presidente do Inep afirmou que a maioria das escolas leva a sério a tarefa de melhorar o Ideb através de projetos pedagógicos. "O que a gente tem visto das redes é um grande esforço com muita seriedade, trabalho e dedicação dos gestores e professores. Essa é a regra, e a excepcionalidade não é tolerada nem pelo MEC nem pelos gestores estaduais nem pelos municipais."
Angela afirma que alguns estudos preliminares também já apontam práticas "preocupantes" em algumas redes de várias partes do Brasil. Alguns indícios mostram que elas decidiram aumentar a carga horária das aulas de matemática e português nos primeiros anos do ensino fundamental e eliminar ciências e artes. O objetivo é que os alunos dediquem mais de seu tempo ao conteúdo que vai cair na Prova Brasil.
"Não pode haver redução de currículo para atender uma prova. Se só se dá valor à prova, a gente está fazendo com as crianças uma redução da aprendizagem", afirmou ela.
Não pode haver redução de currículo para atender uma prova. Se só se dá valor à prova, a gente está fazendo com as crianças uma redução da aprendizagem"
Angela Dannemann,
diretora-executiva da Fundação Victor Civita
Na Prova Brasil, são consideradas apenas as matérias de língua portuguesa e matemática. De acordo com o MEC, a partir de 2013 as questões de ciências vão ser inseridas, mas em caráter experimental, e ainda não vão ser incluídas no cálculo do Ideb.
"Você não garante o objetivo e o direito de aprendizagem só olhando de dois em dois anos. São muitas coisas em que temos que atuar ao mesmo tempo. O Ideb é importante, mas você precisa ao mesmo tempo fazer funcionar a escola com todo o conhecimento que precisa ser passado para as crianças. A cada dois anos a gente avalia [em nível nacional], mas a escola tem que avaliar a cada bimestre", disse Angela.
A especialista defende que as redes do município e do estado, além da própria escola, tenham que ter um plano para garantir o aprendizado global dos estudantes, principalmente nos primeiros anos do fundamental, quando o interesse e a curiosidade em aprender precisam ser fomentados. "É o famoso projeto político-pedagógico da escola. Mas você precisa de um professor preparado para atender isso, o professor precisa de melhor formação. A meta tem que ser uma coisa que vai estimular o desenvolvimento da escola e dos professores, não criar caminho paralelo para atender índices."

Fonte: G1

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